sábado, 11 de junho de 2011

Bioconstrução - construtoramestra

Bioconstrução



Dupla de arquitetos mostra como a bioconstrução vai além da preservação socioambiental e prova, ainda, como a prática é um investimento bastante lucrativo.

O projeto: Conscientizar famílias sobre o uso da biocontrução.

O propósito: Provar que não é preciso ser ativista de algum grupo ambientalista para agir em favor da natureza e que é possível erguer uma casa confortável, prática, saudável e ecologicamente correta.

Esses são os desafios da dupla de arquitetos Marcelo Todescan e Frank Siciliano, diretores da Todescan Siciliano Arquitetura. Com o intuito de conscientizar moradores de grandes metrópoles, os dois arquitetos desenvolveram um projeto utilizando a técnica japonesa "Tsuchi Kabe", usada na construção de templos budistas, casas de luxo e edificações no estilo tradicional. "Usamos a técnica japonesa por sua tradição milenar e por ser uma solução socioambiental", afirma Marcelo Todescan. De acordo com os arquitetos, essa é uma técnica simples e fácil de fazer, pois utiliza matérias-primas naturais, como pedras nos alicerces, paredes leves e finas, de estrutura em madeira reciclada, bambu, terra e argila. Eles explicam ainda que obras bioconstrutivas fazem bem à saúde. "Casas com paredes de barro controlam a umidade e a temperatura interna da residência é muito melhor do que a de alvenaria convencional".

Mostrar que qualquer pessoa pode construir ou reformar adotando técnicas alicerçadas na bioconstrução não é difícil. O mais complicado talvez seja convencer o futuro morador a colocar a "mão na massa". "Amassar barro para erguer as paredes da casa dá a verdadeira importância de fazer parte, de interagir com o meio ambiente e dar referência ao que é nosso", ressalta Andréa Palma, proprietária de uma casa ecológica.

Segundo os arquitetos, a técnica da bioconstrução é uma forma conceitual que vai além da manifestação arquitetônica, que possibilita a elevação da auto-estima do morador e o torna ativo, já que este participa de todo o processo construtivo. "O fato de criarmos alternativas viáveis para a construção e manutenção de comunidades sustentáveis garante qualidade de vida as futuras gerações", conta Frank Siciliano.

Segundo a dupla, as pessoas podem optar por construções inteiras ou reformas parciais. "Construir um prédio de pau-a-pique e barro é complicado, porém nada impede usar esse material natural nas paredes internas dos apartamentos". Além disso, há outros materiais que podem substituir os convencionais, como móveis feitos de madeiras recicladas, lâmpadas mais eficientes para consumir menos, aquecedor no lugar do chuveiro elétrico, entre outros. "Em nossos projetos tudo gira em torno do consumo consciente", afirmam.

Marcelo Todescan e Frank Siciliano explicam que o projeto bioconstrutivo não é tão caro como se pensa, já que é possível adequar a residência a projetos como captação e reuso de água, tratamento de esgoto, captação de energia solar e utilização de matérias-primas da região. "A possibilidade de integrar as necessidades de conforto e qualidade de vida a uma forma ética e sustentável de viver é a grande sacada deste segmento", conclui os arquitetos da Todescan Siciliano Arquitetura, Marcelo Todescan e Frank Siciliano.

"Creio que valores monetários não são tão importantes. Afinal, técnicas ecologicamente corretas e que estimulam a integração social, reforçando os relacionamentos com vizinhos, amigos e familiares não tem preço. Construir nossa casa é como construir um templo, pois estamos criando um espaço sagrado no qual vamos passar grande parte de nossas vidas", revela Enjo, monge budista responsável pela celebração do ritual "Tsuchi Kabe".

Os arquitetos Marcelo Todescan e Frank Siciliano são os profissionais responsáveis pela nova roupagem da rede McDonald's na América Latina, rede de Hospitais Vita, nova sede do Instituto Bacarelli e estão frente do projeto de sustentabilidade Gaia Education no Brasil, que visa multiplicar o conceito sustentável. Além dos projetos corporativos, a dupla é especialista em projetos residenciais que utilizam à técnica da bioconstrução.

Autor: Fabiana Borja
Fonte: Agência Maxpressnet

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